OMS reconhece o Brasil como referência em serviços de saúde e tratamento da tuberculose
O país em questão tem conseguido manter um elevado índice de identificação de novos casos da doença, ao mesmo tempo em que está expandindo a oferta de terapia profilática (preventiva). Além disso, a nação está aplicando verbas (recursos) provenientes de seu próprio orçamento em um esforço contínuo para erradicar completamente essa enfermidade.
O Relatório Global Tuberculose 2025 da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em novembro, confirmou que o Brasil sustentou um dos mais altos índices de identificação de casos de tuberculose ao longo de 2024. Este documento compila informações recentes sobre a situação da doença em 184 nações e avalia o avanço mundial em direção às metas estabelecidas pela Estratégia pelo Fim da Tuberculose (End TB).
Conforme detalhado no relatório, 89% dos indivíduos que contraíram a doença foram formalmente diagnosticados e registrados, o que sublinha o empenho do Sistema Único de Saúde (SUS) em facilitar o acesso tanto ao diagnóstico quanto ao tratamento. Dentre as nações com elevada incidência da enfermidade, o Brasil se destaca, liderando o Índice de Cobertura de Serviços (Service Coverage Index) com uma taxa superior a 80%. Este índice avalia o acesso e a excelência dos serviços de saúde com base em 14 critérios, que englobam a abrangência do tratamento da tuberculose.
Outro marco importante é o aumento de 39,1% na administração de tratamento preventivo a pessoas que tiveram contato com pacientes de tuberculose. Isso reflete o resultado das ações intensificadas do SUS para diagnosticar a infecção em sua fase latente e disponibilizar a terapia preventiva. Quanto à mortalidade, o índice se estabilizou após um período de alta, sinalizando melhorias no diagnóstico em estágios iniciais, na assistência médica e no acompanhamento dos pacientes.
Apesar dos resultados animadores alcançados, o relatório da OMS ressalta que o cenário mundial ainda enfrenta obstáculos para alcançar os objetivos da Estratégia Fim da Tuberculose, que previam uma redução de 50% na incidência e 75% na mortalidade até 2025, metas que permanecem não concretizadas.
Financiamento e autonomia nacional
Um ponto notável sobre o Brasil é a sua autonomia na resposta nacional, já que o financiamento de todas as iniciativas voltadas para erradicar a tuberculose é realizado integralmente com recursos internos (domésticos).
Em 2024, o Ministério da Saúde deu um passo inédito ao destinar R$ 100 milhões especificamente para ações de tuberculose. Esses fundos foram direcionados a estados e municípios que se habilitaram para receber os Incentivos às Ações de Vigilância, Prevenção e Controle do HIV/Aids, Tuberculose (TB), Hepatites virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), conforme estabelecido pelas Portarias GM/MS nº 4.868 e 4.869, ambas de 17 de julho de 2024.
Avanço
O Brasil registrou melhorias notáveis nos índices de diagnóstico e tratamento da infecção latente da tuberculose nos últimos anos. Destacam-se o aumento da adoção de protocolos de tratamento preventivo de curta duração, que são vitais para quebrar o ciclo de transmissão da doença. Outro avanço significativo é o forte incremento na porcentagem de novos pacientes de tuberculose que são submetidos ao teste rápido para HIV, subindo de 30,8% em 2003 para 87,7% em 2024. Adicionalmente, houve uma expansão relevante no acesso ao diagnóstico molecular por meio do Teste Rápido Molecular (TRM-TB). Enquanto em 2016 somente 26,7% das pessoas diagnosticadas com a doença tinham acesso a esse método, em 2024 a cobertura alcançou 63,1%, garantindo maior agilidade e precisão no diagnóstico.
Cenário global e nacional
A tuberculose permanece como a maior causa de mortalidade global provocada por um único agente infeccioso. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ano de 2024 registrou 10,7 milhões de novos casos da doença e resultou em 1,23 milhão de óbitos em todo o mundo. A taxa de incidência global apresentou uma leve redução, caindo 1,7% entre 2023 e 2024, alcançando 131 casos a cada 100 mil habitantes. No contexto brasileiro, o Boletim Epidemiológico Tuberculose 2025 aponta o registro de 85.936 novos casos durante 2024 e um total de 6.025 mortes relacionadas à doença em 2023.
Fonte: www.gov.br
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